13 de set. de 2010

A BEATA

Estavam na sala, em casa, logo após o pequeno lanche que Olga servia diariamente quando chegava da missa e Osvaldo, seu marido chegava...
- Osvardo, chegou a hora, vamos nos separar!
- Como assim, vai dormir mais cedo?
- Não, separar, divórcio...
- Tá falando sério? Órga, tu é minha paixão eterna, minha Deusa, minha...
- Pó para, paixão eterna dura menos que flerte em quermesse. Andei ouvindo e lendo algumas coisas e descobri que tu é pecador. Isso não me serve!
- Orga, tão fazendo fofoca e te mandando carta anomina?
- Para Osvardo. Ouvi isso do Pastor e li na bibria. ah, e ouvi o CD do Bati e Escafo, uns caras que vão fundo no coração da gente.
- Órga, vou te falar a verdade. Não tenho mais nada com a Benê!
- Que Benê, a vizinha?
- Ela!
- Tu nem conhece ela direito, nunca falou com ela, nunca...
- Mas eu estava apaixonado. Eu via ela todos dias, de longe mas via, o jeito dela andar, vestir, essas coisas.
- Osvaldo, tu te aproximou, convidou ela para, sei lá qualquer coisa, um jantar, um encontro. Tu mandou flores para ela, um presentinho?
- Não!
- É isso Osvaldo, pecado capital, Um dos sete, aliás um dos piores!
- Órga, sinceramente!
- Preguiça! Os homens traem, todos sem excrusão. No teu caso, e de muitos só não traem por preguiça!
- Tá querendo que eu te traia? Pois vou te mostrar, vou partir para cima dela...
- Agora?
- Órga, agora não né, tô cansado. Amanhã ou depois eu...
- Tá bom, e acha que vou ficar esperando com um pecador a meu lado? Pega tuas coisas e te manda!
- Órga, agora?

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