31 de mar. de 2010

POESIAS

A LUZ

Nem estrelas brilham na noite
Tudo é breu
O vulto esgueira-se, sorrateiro, ardiloso
Em silêncio
Liga a lanterna
O facho de luz vara o breu
E...Atinge o pinto
O pinto de Romeu e o rubor de Julieta.

ODE

Lugar bucólico
Choupana que abriga amores
Sacrificada pelo tempo
Quão lindas histórias tens para contar
Que belos relatos tens a fazer
Oh, choupana querida
A ti farei uma ode;
Ó de casa!

TRADUÇÃO CHINEZA DE MARIO QUINTANA

Eles passalão
Eu passalinho.

29 de mar. de 2010

AJUDA

Ilmo. Senhor

Venho por meio deste requerer felicidade. Sei da exiguidade de seu tempo de descanso, apenas o sétimo dia mas, juro por V. Sa. que tentei entrar em contato durante semanas, orei, telefonei, enviei fax e até e.mail que, suponho tenham sido interceptados por algum anjo ou arcanjo de seu gabinete.
Estou requerendo felicidade por acgar que ela existe e foi concedida a muitos que pouco fizeram para merecê-la, peço urgência pois sei que meus dias estão contados.
nestes termos, peço e
aguardo deferimento.
Brasil, 11 de março de 1997.
Perse Guido P. A. Giota
DEFERIMENTO
Gabriel mande R$ 1000,00
Deus - 1/03/1997
Não deu tempo.
Gabriel - 24/01/1999.

26 de mar. de 2010

ESQUEÇE O B.O.

Na DP, tudo nos conforme, na sala do plantão um sofá onde as pulgas escorregavam sobre o tecido seboso (Couch Surf), duas mesas velhas, não antigas, velhas, madeira ruim, cupins haviam morrido de diarréia. Nas cadeiras atrás das mesas o escrivão, um rapaz novo recém aprovado em concurso, pedrinha não lapidada mas de uma empáfia que só vendo e o Delegado, cinquentão, gordo, homem de carreira, pedra gasta na malandragem porém de pouca cultura e disto tirava partido o jovem escrivão a fim de tripudiá-lo.
Quando entraram no recinto alguns brigadianos arrastando pelo cangote dois elementos o escrivãozinho parou a arrumação de seus papéis e o delegado retirou os pés de cima da mesa, pigarreou, coçou o peito, escarrou atigindo um rato que passava e encarou os visitantes esperando pelo pronunciamento.
- Capturamos os elementos, após grande perseguição e corajosa intervenção dos soldados do grupamento...
Neste ponto o delegado interrompeu;
- Podem parar com essa merda e dá logo o relatório?
Contrariado que nem guri em missa o brigadiano prosseguiu;
- Os elementos foram presos em flagrante delito, estrupo seu delegado!
- Puta que os pariu! Então as figurinha gostam de agasalhá o bixo com roupa roubada?
Sorriu matreiro, encarou o escrivão e tascou;
- Joinha, põe papel na máquina e anota a falação!
Encarou os malandros;
- Vamô dando as fichas, os nomes?
Os acusados eram dois crioulos tímidos, demoraram a se pronúnciar;
- Eu sou o Antonio e ele é o José, semo irmão.
- Sobrenome das peças?
- Souto.
- Agora tão presos!
O delegado virou-se para o escrivão a tempo de vê-lo destrancando o dedo que enfiara entre as teclas da máquina. Depois dirigiu o olhar aos brigadianos e pensou, crasse inferior e após voltou o olhar ao ponto de partida, os cumedor de genitália teimosa.
- Tá bom! Vão contando os fato, quero a história toda carregadinha de verdade.
Jogando o corpo para frente, aliviando umas seis pulgas que haviam ficado prensadas contra o encosto do sofá iniciou o relatório;
- Seguinte digníssimo, nóis saímos de casa pensando em dá uns caldinho no ganso. Semô operário, gente boa, temo direito de diversão. Botemo essas roupas bacana com os vale da obra, não robêmo.
O delegado interrompe e fala enquanto coça o saco;
- Jóinha, aprende com os que sabe, isto que ele falou é verdade, como sei? Quem neste puta mundo ia ter umas roupas destas para eles roubarem? Quem tem não bota em varal para os vizinhos verem. Prossegue ô esculhambado!
- Pois é doutor, saímo assim, na malhor, encarando as mina jogando os zóios nelas tá entendendo?
- Tô estrupício!
- Tava difícil doutor, nóis se fresquiando e as pombas nem prá nóis até que vimo ela doutor, na esquina, linda, coisa de filme, tipo namorada do Rambo, cheinha de predicados, a roupa colada no corpo. A saia, saia nada digníssimo, era um paninho só os coxão tudo de fora, por trá dava prá vê as meia lua da bunda. A blusa era colada no monumento, tinha um decote, uma cava que amostrava o vão das teta e que tetas, tamanho certo prá enche as mãos, os bicos quase furavam a blusa. Quando ela caminhava as bunda balançavam, os tetos dançavam e nóis tremia...
- Querem parar com as pornografia? O escrivão é homem de respeito e os brigadiano já tão de protuberância nas calças!
- Pois é doutor, dei toque pro meu irmão, convidei prá encará e fomo. combinei com ele, vâmo bancá os importante, que somo gente de crasse, tâmo com o carro na revisão, escolher um sobrenome crassudo sabe como é, nome de rua, praça... Abordêmo e se apresentêmo, eu era José Perimetral e meu irmão Antônio Marginal Tiete. A moça nos deu trela. Tinha que senti o perfume dela doutor, enchia os furo do nariz da gente subia prá cabeça e tonteava as mente, fazia a gente só pensar em amor. Apaixonei de sopetão! O antônio só gemia, não tirava as mãos do bolso. Aí, delegado, depois que larguei toda minha experiência em forma de verbo ela simplesmente se entregou para nóis. Piscou o olho esquerdo, me lembro direitinho porque o cílio tava caído, e nos convidou para chegá até a casa dela.. Sí fomo!
O delegado encarou os brigadianos;
- Porra, vocês invadiram a casa prá prender esses caras?
- Deixa eu continuar. Bom...entrêmo na casa, coisa fina, sentemo na sala. Ficâmo tonto quando ela começou a tirar as pouca roupas. Eu que já babava se arretei todo. Sabe doutor aquela calcinhas fio dental? Aquelas que entra na bunda? Ela tava com uma e limpa, sem marca marrom de roçacú. Quando tirou o sutiã não me contive, aqueles bicos me olhando, um meio tortinho, ou as teta ou eu um dos dois tava vesgo, se atirei prá cima. Fizêmo na sala mesmo. Si fui de vez. Despois foi mermão, era prá eu tá até enojado mas não é que me enpinei de novo só oiando de tão boa que era a moça! Depois tomâmo uma cerveja geladinha que ela nos deu e fômo saíndo. No portão, tava nos despedindo da moça quando foi passando o carro dos brigadiano. A moça parece que teve um troço, saiu correndo prá dentro de casa. Nóis levemo voz de prisão.
O delegado meio pasmo;
- Vocês tão querendo me ingrupir com uma história destas? Pode pará de escrever ai ô Jóinha, eles vão ter que abrir outra. Alguma mulher do tipo que ele descreveu ia querer tapar a racha com uns rejeitos desses?
O acusado orador, levantou-se e entregou ao delegado um pequeno papel;
- Seu delegado, doutor digníssimo, ela até nos deu esse bilhete com nome e telefone dela! Inda nos recomendô hora prá ligá!
O delegado leu o bilhete, colocou-o no bolso e encarou os brigadianos. dispensou-os aos gritos. Depois encarou os acusados e os mandou embora pedindo desculpas e recomendando cuidado. Após calmamente virou-se para o escrivãozinho;
- Jóinha, tira o papel da máquina e joga no lixo.
Indignado o concursado berra;
- Como? O senhor não vai investigar, tirar a limpo? Vou denunciá-lo a...
- Cala a boca Jóinha ! Hoje tu tá dispensado, se eu precisar te ligo...Tô com o número aqui no meu bolso!

25 de mar. de 2010

POETA

OSWALD SCHICHWA LONG - Poeta, nasceu em Gisele Bunchen,Alemanha em 1924, veio para o Brasil em 1940, estabeleceu-se no Rio Grande do Sul, com medo da perseguição nazista procurou refúgio escrevendo poesias com características gaúchas sob o codinome CATURITA DO PANHADO. Faleceu em 1955 de saudades de um SS que havia conhecido e tido um caso. Deixou lindas páginas descrevendo as coisas do nosso Estado como esta que transcrevo aqui.

A CARETA

A CARETA TEM DUAS RODAS,
AS RODAS TEM SARAFOS
QUE CAREGAM MUITO PESO.

AS RODAS QUE ARODEIAM
ME CAUSAM AREPIOS,
COMO POMBOS ELAS ARULHAM
A CADA ARODIADA QUE DÃO.

SÃO OS SARAFOS QUE SE AREDAM
UNS DOS OUTROS COM O CAREGAMENTO
QUE A CARETA CAREGA.

GUIANDO A CARETA VAI O CARETERO,
ARODIANDO O RELHO ASSUSTA OS BOIS.
FÂMO, FÂMO, UMA FÊZ!

9 de mar. de 2010

A MISSÃO DE PEDRO

Pedro era um bom homem, sempre carregado de afazeres com o cargo de secretário do Mestre. O Mestre, que sabia tudo do coração mole de Pedro, abusava do coitado. Não tão coitado assim, afinal nos últimos dias havia traído o Mestre três vezes num negócio que envolvia um galo, até hoje isso não esta bem esclarecido. Bom, o Mestre chamou-o e prometeu-lhe o perdão caso executasse com correção a tarefa de organizar um jantar.
O Mestre estava sendo perseguido por seus inimigos, os romanos, povo que além de se negar a ir a missa nas catacumbas m usava mini saia de couro E quando resolviam perseguir alguém invariávelmente a coisa terminava em crucificação. Pedro, deduziu na hora que o jantar era de despedida.
Pedro confiava Mestre mas não a ponto de acreditar que ele escaparia dos de mini saia, por isso ficou abatido, seu corpo badalou Dentro da toga rota, desabou, desmaiou. Acordou com um tempo depois a voz tremula de Lucas a dizer-lhe, Pedro, que fazes caído sobre esta pedra fria, levanta-te ou edificareis um resfriado, uma pneumonia!
Pedro, que temia o frio sob a toga por causa de um pequeno corrimento que se manifestava de tempos em tempos desde que mantivera um relacionamento com uma ex-pecadora, obedeceu.
Ergueu-se auxiliado pelo companheiro de apostolagem e encarando-o exclamou; Lucas, em ski Beibê! Sabia que o Mestre vai nos deixar. Nunca mais o veremos, nunca mais teremos multiplicação dos pães, dos peixes, transformação de vinho em água ...
Lucas interrompeu-o pedindo explicações e calma. Não recebeu nem explicações nem calma mas uma enxurrada de queixas que o colocaram a par da missão de Pedro. Sereno, feitio dele, indagou Lucas; Quando será o jantar? Pedro respondeu-lhe que seria trigésimo oitavo dia após o Carnaval no ano de Trinta e três AC, logo após o desfile da última escola de samba GRES Unidos da Via Apia. Isto preocupou Lucas pois faltavam dois dias apenas. Então, com a rapidez da biga de Ben Hur Pedro puxou-o pelo braço e disse-lhe; Não temos tempo a perder, vamos as termas, precisamos pensar!
Na casa de banhos Termas Ó Limpo, suavam com o vapor de água que saia do tacho de cobre enquanto discutiam os Passos Necessários para a Realização do jantar. Convidariam só os apóstolos, descartaram José, pai do Mestre porque estava fora da cidade reformando os móveis de um fazendeiro hebreu podre de rico, Lázaro Porque o Mestre havia conseguido ressuscitá-lo mas não tirar dele o cheiro dos sete dias. Mulheres não seriam convidadas, não desta vez era coisa séria.
Começou então a escolha do local. Por que não o Mac Donalds ou em Puma grande mesa no Out Let? Porém Pedro achou que seria dispendioso. Lucas lembrou-lhe que Judas tinha trinta moedas. Pedro achou que seria muita exposição pública para o Mestre. Lucas lembrou-lhe que em dia de semana o Roma Plaza Shopping era pouco frequentado. Pedro terminou com as idéias de Lucas argumentando que detestava a mostarda do Mac e não comia carne de canguru. Acabaram por escolher uma cantina pouco conhecida, tinha até uma sala nos fundos onde, em algumas noites, o proprietário realizava rodadas de bingo, em outras projeções de filmes Hard Core e outras Encontro de Casais.
Suados, Lucas e Pedro sairam da sala e enquanto dirigiam-se ao banho discutiram os demais detalhes do jantar.
Precisavam de um artista, fotógrafo ou cineasta de confiança para que o jantar ficasse registrado para as futuras gerações. Lembraram-se de Spilberg, um judeu que estava sendo elogiado por seus trabalhos mas havia o problema da pedofilia. Acabaram concordando que o melhor, mais barato e menos pirotécnico seria chamar o velho Leonardo da Vinci, um cara esquisito que já tentara até voar.
Tudo pensado e acertado saíram pelas ruelas de Roma a convidar, contratar e reservar o que haviam Estabelecido.
Na noite do trigésimo oitavo dia após os festejos do carnaval, como estava previsto, deu-se início ao jantar. O Mestre, estupefato Com a capacidade de organização de Pedro, após as duas horas e meia de espera para que Da Vinci pintasse o quadro, elogiou-o: Pedro, estou admirado com você, escolheste bem o local, os convidados, o pintor ... Permito-me dizer-lhe o cardápio estava fraco um tanto... Pão e vinho, e nem é Cabernet!
Pedro ficou envaidecido pelos elogios e ferido pela crítica. Tentou explicar; O cardápio, Mestre, foi Idéia de Lucas garantiu-me que uma refeição frugal passaria ao Senhor uma impressão de que a vida continua.
Segundos os escritos da época, após levar uma biaba na face direita e recusar-se a oferecer a esquerda Pedro nunca mais aceitou sugestões de Lucas.

8 de mar. de 2010

PERDAS E...

PARTIR
Seu olhar junto a porta deixou a flor morta.

VOLTAR
Sua presença junto a porta não mais importa.

PEDRAS
Claro que são pedras, nelas tudo esta certo, são pedras. Fechadas. Nada invade as pedras.

PERDAS
Claro que são perdas, nelas tudo esta errado, são perdas. Abertas tudo invade nossas perdas.

TUDO PASSA

Ficamos parados e tudo passa, o tempo passa, a uva passa, a velha passa a geléia no pão e não come por falta de fome que vem e que passa.
Eu no bar e o tempo não passa.
Ela entra montada no alazão de seus argumentos e com suas razões enche o tempo que passa.
Passa na Maria, ela esta ali nas bordas do pano ou enrolada. Onde estiver, não deixe de passar na Maria. Maria é moça prendada que lava e passa. Passa o dia assim, jogada na rotina. É moça perdendo a beleza para o tempo que passa, todos querem ver a beleza dela que passa, que passa, que passa...
Depois passa, ninguém mais quer ver.
Por favor, passa na Maria!
Na noite, no bar meu tempo passa com ela.
No dia, em casa meu tempo pára com Maria.

1 de mar. de 2010

A MAIORIA É BURRA

Queimar as pestanas em busca de respostas é a missão do pensador e de quem acende o cigarro em boca de fogão a gás, e é obrigação do pensador divulgar aos ignorantes não bafejados pelos ventos da sabedoria suas conclusões. Caso você nunca tenha visto um molar da sapiência saiba que ela não lhe sorriu ou a que lhe sorriu, sem o molar, chegou atrasada ao periodontologista e se para o prezado leitor a massa cerebral é de somenos leia-me, mas com atenção pois nestas mal traçadas relatarei conclusões de enorme importância sobre o que é, foi ou será A MAIORIA.
É comum dizer-se que as maiorias vencem, as maiorias querem, as maiorias isso, as maiorias aquilo e até que as maiorias são as maiorias.
No Brasil existem várias maiorias, eu pesquisei. Fór eguizempel (Observe como palavras estrangeiras dão intelectualidade aos textos), entrando certa vez em uma agência do Banrisul avistei um típico gaúcho, daqueles de bota e espora que só não estava com o de fora por acauso, perguntei a ele quem era a maioria. Negaciando ao redor, bem de vagarito respondeu; As maiorias são as bichas e as minorias são os caixas.
Lógica, para os gaúchos a maioria é bicha e burra.
Na Bahia, Salvadô, perguntei a um passante, que é maioria? Olhando lerdamente para seu companheiro indagô, e aí Caê? Ao que Caê respondeu, sei lá, sei não! Acho quié quando numas eleição o cara tem a maioria dos votos, ou não!
Lógica, para os baianos a maioria são devotos e burros.
Na praia, em Copacabana, perguntei a um da gema, o que é maioria? Ao que me respondeu; Siguintchi, pela manhã você é assaltado por um cara. Já a tarde vem a praia e é vítima de arraxtão, é a maioria.
Lógica, para cariocas a maioria é ladrão e burro.
Conclui-se então que as maiorias podem ser qualquer coisa, além de burra. Depende do ângulo, do lado, do jeito, da maneira que se encara, do local, do momento e conclue-se móre, muito móre. A maioria é burra tanto ou mais que a unânimidade, indagas por que? Bicóuse? Dir-te-ei! First, a maioria é pobre, two, a maioria tem carro popular, fri, a maioria é feia, fór, bati! (Desculpe é o vício do poquer), mas voltando, a maioria é governo porque governo é governo por que a maioria quer e tem coisa mais burra que governo? Hãm, heim?