4 de fev. de 2010

DIA DAS MÃES

O sujeito, o marido da filha da mãe, chegou em casa corroído pelo trabalho, dor nas costas, no baço e pleura, animal abatido recebeu nos peitos, além da cara feia a exclamação; Manhã é dia das mãe!
Sem forças ele deu de ombros e pensou; Grandes coisas, a minha já morreu. A filha da mãe ouviu o pensamento dele, é incrível como chata ouve pensamento, ela ouviu, sentiu, captou e virou para ele. Eencravados no rosto dois olhos irados sob sobrancelhas arqueadas e logo abaixo uma boca falhada que destrambelhou a falar; Mas a minha vévi! E manhã nós vamos vê ela. Tu vai me levá com ou sem quere!
O descaderado tentou uma leve reação, desculpa de considerável aceitação; O carro tá com probrema na caixa, no motor, nas rodas e...
Foi interrompido no meio das justificativas; Tenho nada com isso, se fosse prá corrê nega, í no futibol, coisa tua, tinha maneiras!
O descaderado tentou uma forte reação para mostrar quem mandava.; A mãe é tua, qué vê ela vai de onibus, a pé, vai com o diabo que te carregue e aproveita fica uns dias por lá!
A filha da mãe, como sempre fazia, grelou os olhos assustada e começou a chorar e assim, se fazendo de magoada reiniciou; Desgramado, ingrato, cruéli, tu não ti alembra das coisas que a mãe feiz por nóis, se não é ela nóis andava nu, aliáis nóis nem tinha casado. Esqueceu que te emprestou cem reaus no ano passado? O fogão, quem nos deu? Quem mandô arrumá o radio? E quando te deram um pé na bunda lá na mina, quem sustentou nóis por mais de um ano? Mandava rancho, mandioca e couve que ela plantava e coía. Heim? E essa casa, tu sabe que é dela, nóis mora de favor!
O sujeito embrabeceu: Ah não, a casa tá no nosso nome!
A filha da mãe colocou as mãos na cintura e com ar de vitoriosa, com a voz mais serena que podia deixar escapar entre os dentes que ainda lhe restavam retrucou; Acontece que é usufruti dela!
No outro dia, sete horas da manhã partia o corcel com destino a Lavras do Sul.

Nenhum comentário:

Postar um comentário